Detalhamento

De acordo com comunicado divulgado oficialmente na quinta-feira, foi anunciado durante a Conferência Central de Trabalho Econômico que serão ampliados os esforços governamentais chineses para estabilização do mercado imobiliário. A compra de imóveis já existentes será incentivada pelo governo, com ênfase especial na habitação de custo acessível.

Esta iniciativa emerge em um contexto de dificuldades crescentes no setor imobiliário do país asiático, as quais têm impactado negativamente o clima de mercado e representam um entrave ao desenvolvimento econômico. Em outubro, foi documentada a retração mais significativa nos valores imobiliários em um período de 12 meses, enquanto os desafios financeiros enfrentados pela China Vanke Co. têm suscitado preocupações sobre uma possível nova onda de crise de endividamento setorial.

No mês anterior, as cotações de ações e títulos da Vanke sofreram forte declínio quando a incorporadora solicitou aos investidores uma extensão de prazo para honrar parte de seus compromissos financeiros. Este cenário evoca paralelos com a China Evergrande Group, cuja insolvência declarada há quatro anos constituiu um marco decisivo para um segmento que, anteriormente motor de crescimento, agora se converteu em desafio econômico persistente.

Os pacotes de incentivo implementados no exercício anterior demonstraram eficácia limitada em conter a desvalorização, alimentando expectativas entre operadores de títulos e ações quanto à possibilidade de intervenção de Pequim. Nesta semana, as ações de empresas incorporadoras chinesas registraram alta expressiva, impulsionadas por especulações sobre novos pacotes de estímulo.

Em novembro, a Bloomberg noticiou que estavam sob consideração das autoridades diversas iniciativas para sustentar o mercado, incluindo subsídios para financiamentos imobiliários e benefícios fiscais visando estimular a demanda. Contudo, instituições bancárias internacionais mantêm perspectivas reservadas quanto ao futuro do setor imobiliário chinês.

Em entrevista concedida antes do pronunciamento mais recente, John Lam, responsável pela área de pesquisa imobiliária da China no UBS Group AG, expressou que a desvalorização das propriedades prosseguirá por, no mínimo, mais 24 meses. Adicionalmente, ele observou que os preços de imóveis usados nos principais centros urbanos apresentaram redução superior a um terço em comparação com seus valores máximos históricos.